Como o exercício combate a inflamação
Da corrida ao levantamento de peso, a atividade física é boa para você, em parte porque ajuda seu corpo a combater a inflamação. Agora, uma nova revisão explica exatamente como o exercício funciona para diminuir a inflamação.
A inflamação é o modo de cura do corpo após uma lesão e de se proteger contra a infecção; mas a inflamação crônica está ligada a todos os tipos de doenças, do diabetes à doença cardíaca. Quando você começa a exercitar e a mover seus músculos, suas células musculares liberam uma pequena proteína chamada Interleucina 6, ou IL-6, que desempenha um papel importante na luta contra a inflamação. A IL-6 tem vários efeitos anti-inflamatórios, incluindo:
- Diminuir os níveis de uma proteína chamada TNF alfa, que desencadeia inflamação no corpo;
- Inibir os efeitos de sinalização de uma proteína chamada interleucina 1 beta, que desencadeia inflamação que pode danificar as células no pâncreas que produzem insulina.
O maior fator em determinar a quantidade de IL-6 liberado pelos seus músculos é a duração do seu treino – quanto mais tempo você treinar, mais IL-6 será lançado por exemplo, após um treino de 30 minutos, os níveis de IL-6 podem aumentar cinco vezes, mas após uma maratona, os níveis podem aumentar em um fator de 100, de acordo com a revisão. O pico dos níveis de IL-6 ocorre em torno do tempo que você termina um treino e, em seguida, diminui rapidamente para os níveis pré-exercício.
Um estudo publicado em 2003 explorou o papel da IL-6 na redução da inflamação. Nesse estudo, os pesquisadores injetaram os participantes com uma molécula da bactéria E. coli que é conhecida por ativar a resposta inflamatória do corpo. Os pesquisadores descobriram que, de fato, quando injetaram essa molécula, houve um aumento de duas a três vezes nos níveis da proteína TNF alfa que desencadeia a inflamação. Mas se os participantes fizessem 3 horas de ciclismo estacionário antes da injeção, eles experimentavam um aumento nos níveis de IL-6, e eles não viram um aumento semelhante no TNF alfa.
Este estudo e outros mostram que um único ciclo de exercício induz um forte efeito anti-inflamatório que parece em parte devido à IL-6, porém a IL-6 provavelmente não é o único fator envolvido nos efeitos anti-inflamatórios do exercício.
Outros estudos descobriram que o exercício regular aumenta os níveis de outra proteína, chamada Interleucina-15 (IL-15), nas células musculares. A IL-15 ajuda a regular a acumulação de gordura abdominal, com níveis mais elevados de IL-15 proporcionando proteção contra o acúmulo de gordura abdominal em camundongos.
Uma vez que a própria gordura abdominal é tida como capaz de promover a inflamação, a redução dos níveis de gordura abdominal pode ser outra forma de combater a inflamação, então, o exercício deve ser usado como parte do tratamento para doenças crônicas envolvendo inflamação. A atividade física representa uma estratégia natural, fortemente anti-inflamatória e de melhoria do metabolismo com efeitos colaterais menores, e deve ser integrada no manejo de pacientes com doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Fonte: (European Journal of Clinical Investigation)